Para começar bem a semana, com muita disposição pra luta


O encontro de Marx com Deus (Denise Mascarenha)



E Marx chega no céu
descrente do que vê
ele que pela Terra
não quis de Deus saber.
Mas Deus foi logo dizendo - Meu filho,
de tantos que em meu nome falaram
você, com uma fé dita ao avesso,
está entre os que me acompanharam.
Dizer que a religião é o ópio do mundo
não deixa de ser uma verdade
tem religioso que vive às cegas
esperando que só as palavras o salvem.
Mas você também reconheceu
e isso não deixei passar, de fato,
que a religião é o coração e o espírito
de um mundo que anda tão calejado.
E esse negócio de o todo
ser feito de contrários
explica este mundo dialético
o profano e o sagrado.
E o materialismo que pra alguns
se caracteriza em ateísmo
pra mim representa o oposto
construímos o mesmo muro de arrimo.
Não aceitamos a acumulação,
pregamos a igualdade e justiça
repudiamos a exploração
verdade seja bem dita.
E que interessante interpretação
foi aquela do povo francês
que em 1938 ou foi em 1936
acreditou ser do operário, a vez.
E assim se manifestaram
indo às ruas erguendo as mãos
gritando por dias melhores
“somos socialistas porque somos cristãos”.
Assim não importa o que falem
os que de discurso só querem saber
estamos, meu filho, na mesma luta
comida a quem tem fome e água a quem precisa beber.
E assim Marx está hoje
do lado esquerdo do Senhor
passam horas a fio a discutir
os rumos que a sociedade tomou.
E falam de filosofia,
política, economia e fé,
e Marx no seu compromisso
também levanta a questão da mulher.
E os dois com a discussão envolvidos
demonstram com aflita expressão
que na terra, tudo vira mercadoria
e essa é a grande preocupação.
O acesso à produção social
precisa ser de todos sem anomalia
Por isso condenamos
a apropriação pelo capital, da mais-valia.
E como foi na terra
no céu diferente não podia ser
Karl a tudo contesta e
indaga Deus por muita coisa não entender.
Até hoje tenta convencer Deus
que algumas coisas precisam mudar
perdão não pode ser dado
a quem passou a vida a explorar.
Fonte: Lista Nacional da AE

Nossas verdades, não são tão verdadeiras


O conceito de verdade é bastante subjetivo, principalmente quando se olha a partir da Filosofia.  Para ser conhecedor da verdade é necessário conhecer todo o enigma do mundo, seus mistérios e suas facetas, e essa proeza os homens ainda não alcançaram. Todavia, é fácil confundir a verdade com a ignorância, aliás, acredito que a maioria dos que acham deter a verdade são mesmo é possuidores de uma grande quantidade de ignorância. Dessa forma é fácil ver um ignorante enganado com sua própria ignorância, pois aquilo que ele acredita de forma dogmática ser a verdade absoluta, nada mais é  que um conceito que de forma impositiva fixou-se nas suas convicções. Marilena Chauí faz um CONVITE A FOLOSOFIA,  e em um excelente livro trata de aspectos que vale a pena investir seu tempo para conhecer um pouco mais da ciência que nos leva a problematizar todo o conjunto das ciências desenvolvidas pelo homem. Fico satisfeito por viver na minha incerteza, assim, não me dogmatizo pela ignorância, nem imponho minhas frágeis verdades. 

Arueira

Vim de longe, vou mais longe
Quem tem fé vai me esperar
Escrevendo numa conta
Pra junto a gente cobrar
No dia que já vem vindo
Que esse mundo vai virar
Noite e dia vêm de longe
Branco e preto a trabalhar
E o dono senhor de tudo
Sentado, mandando dar.
E a gente fazendo conta
Pro dia que vai chegar
Marinheiro, marinheiro
Quero ver você no mar
Eu também sou marinheiro
Eu também sei governar.
Madeira de dar em doido
Vai descer até quebrar
É a volta do cipó de arueira
No lombo de quem mandou dar.


Geraldo Vandré

Belíssima canção de Vandré