Desde as eleições
municipais de 2012 observamos as investidas do PSB na tentativa de
destruir o referencial construído pelo PT de Pernambuco a partir das
duas primeiras gestões na prefeitura do Recife. Ações violentas e
desonestas pautaram todo o debate das eleições passadas. Petistas
fieis ao governo estadual comandado pelos pessebistas foram
responsáveis por desestabilizar as nossas candidaturas em várias
cidades do estado, o que nos levou a ser derrotados em algumas delas,
inclusive Recife, onde a máquina municipal operou a favor do
candidato do PSB e se tornou crime punível com demissão, defender a
campanha do Partido dos Trabalhadores.
Não é novidade que o PT
pernambucano desde então vive uma crise imensurável, agravada pelo
posicionamento constrangedor de alguns dirigentes do Partido dos
Trabalhadores, que dedicaram os últimos meses a fazer ataques
públicos ao nosso partido e as nossas principais lideranças
políticas. Um detalhe importante é que em nenhum instante as
críticas foram para defender teses internas, mas, as opiniões do
governador Eduardo Campos.
Até o debate sobre a
reeleição da Presidenta Dilma passou a gerar atritos, pois setores
do partido se colocaram abertamente contra aprovar e externar
publicamente uma posição do Diretório Estadual do PT apontado para
a defesa da candidatura de Dilma, sob os argumentos mais estúpidos e
desprezíveis, de que temos que “ganhar 2013” e não criar um
estremecimento com os nossos aliados (leia-se, Eduardo Campos).
Durante cada entrevista
ou debate público feito por qualquer militante que defendesse o PT,
vinha algum petista ligado ao PSB atacar o nosso partido. Estava cada
vez mais evidente a movimentação que se desenhava para fazer do PT
uma correia de transmissão de Eduardo Campos e do seu projeto
pessoal.
O que muita gente não
entendia era o fato dos auxiliares de Campos não deixarem o Partido
dos Trabalhadores e ingressarem de uma vez por todas no PSB, e a
resposta veio no melhor estilo Eduardo, mais uma vez, no meio de um
PED.
Se olharmos para as
movimentações internas ao PT-PE onde se conformaram dois grandes
campos, veremos que ele já contava com a maioria da Mensagem ao
Partido, com destaque para a DS e o grupo de João da Costa. Esta ala
da mensagem aliada ao MAIS, PTLM e MPT, lançaram a Deputada Estadual
Teresa Leitão, que rompeu com a CNB local e se reivindica CNB
nacional, candidata a presidenta do PT Estadual. O que talvez ninguém
esperava, era o assédio que o governador estava praticando diante de
vários petistas, principalmente os que detém mandatos, e com uma
jogada de um enxadrista profissional, havia plantado na outra chapa
um dos seus fieis soldados, o também deputado estadual Isaltino
Nascimento, que declarou recentemente que era mais fácil o Rio
Capibaribe chegar ao sertão, do que ele sair do PT.
No último instante das
transferências partidárias, o ex-petista leu a sentença e
transferiu-se para o PSB, deixando um desfalque, que ajuda os aliados
de Eduardo que ficaram no PT chegar mais próximo de ganhar o PED.
Logo após o anuncio da transferência de Isaltino, uma fonte ligada
ao grupo liderando pela DS, em “reserva”, falou a imprensa sobre
2014, deixando claro que não haveria caminho para alianças contra o
governador.
O PT paga o preço do
crescimento no seu interior da degeneração que se expressa no vale
tudo eleitoral e na disputa cada vez mais sem limites políticos ou
éticos por mandatos e cargos, admitindo que cada vez mais filiados
ao Partido façam o uso da sigla para fins particulares, deixando em
último plano os interesses partidários.
O que Eduardo Campos fez
é normal para um agente do pragmatismo do seu naipe, que serve a
quantos senhores forem necessários para alcançar os seus objetivos.
O que não podemos tratar com naturalidade são pessoas dentro do PT
cumprindo determinações externas para destruir o Partido dos
Trabalhadores.
A movimentação de
Eduardo fez transparecer quem são os seus infiltrados no PT, e para
a nossa frustração, são muitos. O governador fez uma jogada
arriscada, porém certeira, para contar com apoio do PT em 2014 e nas
contas do tempo de televisão, pôr uma mão na nossa estrela. Como
disse a fonte, em “reserva”, ao jornalista: João Paulo e
Humberto Costa podem ir para onde quiser, mas, o PT não seguirá com
eles. Para bom entendedor meia palavra basta. Resta-nos derrotá-los,
ou subir no mesmo palanque de Sérgio Guerra e Jarbas Vasconcelos,
sendo o último, provavelmente, o candidato a senador.
Depois
da aliança com Marina Silva fica claro que mais que entregar cargos
no Governo Federal, o PSB se posiciona no campo de oposição ao
Governo Dilma, mesmo que não se declare. Uma postura bem ao estilo
Eduardo e Marina, que se utilizam de uma retórica de esquerda para
bem servir aos interesses de setores importantes do capitalismo no
Brasil.
Cabe
ao PT de Pernambuco e Nacional, acompanhar com a devida atenção e
dar o tratamento político que o PSB merece!