O governador de Pernambuco tem
investido em um discurso de inovação na gestão pública, e tem protagonizado as
inserções do seu partido, PSB, na televisão. Campos, que tem se colocado
dubiamente como aliado e candidato a sucessão da Presidenta Dilma, tem criado
um abismo cada vez maior entre o que diz e o que faz. O governador faz duas abordagens em seus
discursos que são profundamente contraditórias quando analisadas a partir do
seu governo.
Primeiro ele fala da educação, e
tenta vender uma ideia de que temos em Pernambuco as melhores escolas do país,
aliás, denomina de escola de referência, só não explica que as referências não são
nada boas. Eduardo acabou com a democracia interna das escolas, que já não
elegem mais os seus gestores, bem como não permitem, na maioria dos casos, a
livre organização estudantil.
O mesmo Eduardo do discurso fácil
e da retórica empolgante liderou o movimento dos governadores que não queriam
pagar o piso salarial aos professores, e Pernambuco carrega a triste marca de
pagar ainda um dos piores salários à categoria da educação. O que o Candidato
opositor faz, é camuflar os péssimos salários com gratificações e bonificações que causam uma grande ilusão, pois não são incorporadas à carreira.
O outro tema que o governador
pernambucano tem exposto é a desoneração dos impostos referentes às passagens
de ônibus. Mas, o que ele também não diz é que o seu governo tem sido aliado
incondicional dos empresários do setor de transportes, que monopolizam as
concessões públicas para a exploração dos serviços. O que ele quer, é gerar uma
confusão na cabeça das pessoas, passando a imagem de um gestor moderno e comprometido com o povo.
Essa imagem cai por terra quando
os fatos são apurados. O governador é o responsável direto pela gestão do
transporte coletivo da região metropolitana do Recife, através do Consórcio
Grande Recife, e sistematicamente tem aumentado a passagem sem prévio aviso,
atendendo exclusivamente aos empresários, oferecendo um dos piores serviços
associado as mais altas tarifas. Se não bastasse, o transporte interurbano é concentrado
nas mãos de dois grupos, sendo um deles, o do vice-governador do estado.
Eduardo já privatizou a saúde,
sucateou a UPE (Universidade de Pernambuco) que funciona precariamente,
desmontou a gestão participativa na educação, terceirizou a maior parte do
serviço público, maltrata o servidor e, faz gestão voltada apenas para o setor empresarial. Campos, que até pouco tempo estava com a sua carreira
ameaçada por conta do escândalo dos precatórios durante o governo do seu avô,
Miguel Arraes, agora faz pose como a grande renovação da política brasileira,
porém, as suas práticas são tão velhas quanto o tempo dos coronéis, e quem ousar
atravessar no seu caminho, inevitavelmente provará do seu cinturão.
O ex-presidente Lula que se
cuide, pois Eduardo já mostrou que pra garantir os seus objetivos não poupa
ninguém, nem mesmo aquele que lhe tem como filho.