Flagramo-nos recordando o que já
ficou para trás. No tempo em que era mais importante encontrar os amigos ao
ter que assistir às aulas do cursinho. Onde pouco importava o quão quente
estava, parávamos para contar estórias e segredos no meio da rua. Não havia
distância para idealizarmos os nossos sonhos, elas sempre eram rompidas pelo
desejo de seguir em frente. Por quantas vezes não ficamos horas e horas
pendurados no telefone, muitas delas para não dizer nada, mas, narrando tudo.
Quando paramos para recordar o
que já não volta mais, vemos que fizemos tanto, mas, pouco diante da imensidão
de coisas que poderiam ser feitas. Descobrimos canções e cancioneiros, entre
eles aquele que inspirava até a aula de química, que nos fazia membro de uma grande
Legião, mostrando que podemos tudo dentro da grande via láctea.
Temos o tempo de viver, temos o
tempo de recordar. As sextas feiras eram suficientes para alegrar todo o final
de semana, começava cedo, ao nascer da lua, e cedo terminava, ao nascer do sol.
Das filas do banco as filas do cinema, sempre havia bons motivos para estar
feliz. Mas, tudo vai passando, e coisas
novas vão surgindo. E o bom da vida sempre volta em nossas reflexões, como um
dia que se finda sem que percebamos, e quando vemos já está nascendo um novo
dia, deixando as lembranças do que passou.
Que possamos construir um caminho
cheio de sonhos e realizações, pois “não temos mais o tempo que passou, mas,
temos muito tempo, temos todo o tempo do mundo”.