Ontem, 26/04, participei do I Festival de Poesia, idealizado por Iranildo Marques e realizado pelo Jornal Desafio, que comemora 25 anos de existência. Em um evento grandioso por reunir muitos Poetas de várias cidades, homenageamos o mestre Dedé Monteiro, um maestro da poesia pajeuzeira.
Sem pretensões, me senti premiado pela festa da cultura popular, por conhecer novos poetas e por contribuir para que a nossa cultura permaneça viva. Compartilho as glosas que apresentei no festival e que estão no livro lançado no evento, uma coletânea que reúne as poesias de 51 poetas. Uma verdadeira obra de arte.
#Glosas
Eu já li os jornais da
Inglaterra
da Espanha, da França,
Argentina
das Coreias, de Cuba e
da China
Alemanha, Canadá,
Venezuela
no Brasil d'uma lista
que fizera
li o Globo, a Folha, o
Estadão
li Diário, Correio,
Opinião
mas igual O DESAFIO não
li nada
“vinte e cinco
janeiros de jornada
defendendo os
valores do sertão”
Nesse chão onde o povo
não se cansa
é a vida uma coisa tão
singela
hoje é triste amanhã
se torna bela
sustentada pela fé e
esperança
escassez se transforma
em bonança
basta o verso encontrar
a melodia
uma viola para fazer
cantoria
que a tristeza num
instante desatina
“Pajeú terra
santa onde germina
a semente imortal da
poesia”
Quando pobre é
condenado
ganha logo dois
direitos
rezar pro santo
primeiro
e depois ficar calado
mas se for doutor
letrado
depressa chega o
presente
frigobar e banho quente
companhia e atenção
“no tempo de
Lampião
a coisa era
diferente”
A
seca cria o cenário
que
revela o homem forte
desafiante
da morte
o
sertanejo lendário
diante
do seu calvário
sua
força se refaz
inteligente
e audaz
tem
fé e perseverança
“No
chão que brota esperança
quem
planta só colhe paz”