Versos da Semana

O Jornal Desafio lançou a ideia, e com o Mote do poeta Lenelson Piancó fiz esses versos:

Bodegueiro nasci foi por acaso
mas o gosto da coisa fui tomando
e cresci com meu pai negociando
ensinando a ganhar os meus trocados
o meu lucro era sempre alguns centavos
e a cada centavo uma vontade
trabalhar pra ganhar a liberdade
e levar uma vida bem contente 
“Quem foi simples demais antigamente
hoje pode viver sem vaidade”



Eterno Comandante!

Nós lutamos pra vencer a ditadura
extirpar do poder os generais
construir um país sem desiguais
e fizemos tudo isso com bravura
sendo duros mas mantendo a ternura
nossos sonhos nos levaram adiante
com o olhar no horizonte mais distante
construindo outro mundo a cada dia
caminhando junto a nossa utopia
como fez o eterno comandante

Um Ernesto, um Guevara, um dirigente
ou o Che como o mundo o conhecia
um soldado que lutava com alegria
companheiro, valoroso e valente
deu a vida por amor a nossa gente
sua arma principal foi a verdade
construir um novo mundo de igualdade
com justiça e sem exploração
enfrentando toda forma de opressão
pois não há transformação sem liberdade!

#Mais_um_POSTE_NÃO!

Eduardo é fiador 

de tudo quanto num presta

tem uma mente perversa

e  fama de repressor

engana muito doutor

mas o povo é sabido

antenado e entendido

e não quer voltar pra trás

retrocesso nunca mais

esse poste tá perdido


se não bastasse um Geraldo

que disse que tudo fez

já tá mentindo outra vez

com um novo iluminado

um cabra despreparado

que pisou no servidor

maltratou o professor

nem o piso quis pagar

num sabe nem discursar

já quer ser governador 


Mas pra ser governador 

vai ter que nascer de novo

poder emana do povo

e o povo é sabedor

só governas pra doutor

pra empresário e banqueiro

oligarca e fazendeiro

privatista e marajás

não aprendesse com Arraes

que o povo vem primeiro


#DivonaldoBarbosa

Chuva no Sertão

O sertanejo agradece
pela graça alcançada
ter atendida sua prece
e ver a terra molhada
sem perder a esperança
quem acredita alcança
eita chuva abençoada!

Publicações que fiz sobre a matéria do farol de notícias, que reproduz um conteúdo machista sobre Dilma


Texto publicado no Facebook em 16/02

O Farol de Notícias exagera no tom de suas duras críticas ao PT. Reproduzir uma matéria de cunho extremamente machista, insinuando que existe uma orientação do partido para que a presidenta Dilma encontre um namorado, é digno de muito repúdio. Nesse caso, são estúpidos os que fizeram a matéria e os que reproduziram. 

São matérias como essa que mostra a falta de credibilidade de quem quer ser a referencia de jornalismo, mas não passa de papagaio de pirata da direita conservadora, anti-petista, preconceituosa e que torce para tudo dar errado.

Na falta do que fazer, os editores do Farol de Notícias reproduzem o que sabem de melhor: bater no PT, sem qualificação alguma. Querem debater política, os convido para fazermos, mas por favor, elevem o nível.

Após indagação dos editores do farol, publiquei a seguinte resposta: 



Caro editor, primeiro não vejo ódio no meu comentário acerca da matéria postada no seu site. Se você considera ódio o fato de usar termos duros, lamento, mas utilizo o que acredito que cabe para cada situação, e considero as afirmações e reproduções (no seu site) estúpidas. 

Seu site começa a matéria com a seguinte chamada: “ORIENTAÇÃO PETISTA: “Dilma precisa arrumar um namorado”, diz ex-presidente Lula!

Ora, se o lula foi o autor de tamanha estupidez, paciência, se comporta também de forma estúpida. Mas isso é algo que o partido deve debater.

Tenho convicção que o Partido dos Trabalhadores não tem nenhuma resolução sobre esse tema, e portanto a sua afirmação sobre a orientação petista, está equivocada. Lá respeita-se a intimidade das pessoas, e isso não consta na pauta partidária. 

Sobre o fato de alguém precisar de namorado ou namorada como atestado de competência, é no mínimo ridículo. 

Sobre fazer desabafo, não necessito, não uso desse expediente para discutir política. Quem usa somente da emoção como fonte de inspiração para discutir a política, corre o risco de cometer equívocos irreparáveis. Basta ver na mudança repentina de muitos que vão e voltam de acordo com a conveniência.

Discuto as ciências politicas fundamentada em concepções, ideologias, realidade. Quando apresento uma crítica como a de hoje, não direciono em indivíduos, mas na concepção deles, nesse caso dos editores do Farol de Notícias.

Reproduzir concepções que de cunho discriminatório, é alimentar uma sociedade conservadora que foi ensinada a oprimir, e a imprensa tem que ter responsabilidade sobre essas discussões. Como disse a Raquel no comentário acima, “Faz parte da cultura patriarcal e machista acreditar que uma mulher precisa ter um homem ao seu lado para ser feliz”. 

No mais, a Dilma está muito bem, e com namorado ou sem namorado, continuará com a firmeza necessária para frear os oportunistas que vivem de fazer barganhas e impor condições imorais em troca de apoio. A Dilma, é muito bem resolvida, e tem muita convicção da missão que lhe foi dada. Quem passou no pau-de-arara, levou choque, apanhou, fora outras violências, tudo isso em nome da liberdade de todos e todas nós, não mudaria de comportamento por causa de um parceiro.

A vida de um autêntico militante de esquerda, caro editor, é motivada por outros valores, distante do conservadorismo que ainda predomina na nossa sociedade. 

Saudações!

O farol quis publicar meus textos  e não permiti, e mesmo não tendo autorizado, fizeram a publicação:

Caros Editores do Farol de Notícias, prefiro deixar essa discussão acontecer aqui. Esse é um debate importante, mas que podemos fazer de outra forma, discutindo o preconceito contra as minorias, o machismo, a rotulação e o julgamento social diante das opções de cada cidadão. 

Esse é o tipo de debate que não vale a pena fazer pela cor da bandeira partidária, para não ocorrer distorções, como as que o Antonio faz acima, é um debate que diz respeito a combater todas as formas de opressão, e isso é muito maior do que qualquer partido e do que qualquer sujeito. Aqui só existem dois lados: Os que oprimem e os que são oprimidos.

E para fazer esse debate é necessário responder apenas uma pergunta: De que lado você está?

“Recife o que eu trago na lembrança,é a saudade que pra ti me faz voltar!”

No dia que tava vindo de mala e cuia morar em Serra Talhada, sentindo o aperto no peito de deixar a cidade que muito me ensinou, fiz um mote, já com saudade, mas sem criatividade para terminar e expressar o que o mote dizia.

Somente hoje, contagiado pela proximidade do carnaval, querendo fugir da rotina cotidiana, completei meu pensamento e aumentei minha saudade.

Com o Mote: “Recife o que eu trago na lembrança,é a saudade que pra ti me faz voltar!” fiz uma décima em homenagem a minha querida Recife.

Sinto falta da Rua da Moeda
seus batuques e sua diversidade
de seus ritmos, sua multiplicidade
cada esquina a arte de um poeta
no Arsenal vi as coisas mais belas
ao som do artista popular
agraciado com a arte de cantar
cada música convidando pra uma dança
“Oh, meu Recife o que eu trago na lembrança,
é a saudade que pra ti me faz voltar!”

Talento não tenho, mas tenho ousadia!

Com um mote do Poeta Pedro Tôrres Filho, arrisquei uns versos.

O mote é o seguinte:

“Bato um prego na tábua do improviso
Viro a ponta e duvido desvirar!”

Sem pretensões poéticas, fiz os versos a seguir:

Só país visitei mais de duzentos
fiz poesia rimada em alemão
vi Bin Laden tocar meu violão
e Obama oferecer-me os aposentos
ao chinês eu passei conhecimento
a Rainha chamou pra tomar chá
Margaret morreu e eu fui lá
pra salvar sua nação do prejuízo
“Bato um prego na tábua do improviso
Viro a ponta e duvido desvirar!”

OS BONECOS DO CORONEL E A MORTE DO CARNAVAL

Último Regresso

[...] Não deixem não, que o bloco campeão,
guarde no peito a dor de não cantar.
Um bloco a mais é um sonho que se faz
o pastoril da vida singular [...]

No Brasil, parece ser senso comum que o ano só começa depois do carnaval. Não que ficamos sem fazer nada entre os dias que separam o feriado da confraternização universal dos dias de momo, mas sem dúvidas, o que mais fazemos, pelo menos a maioria de nós, é contagem regressiva para os dias de folia.

Em Pernambuco essa tradição festiva atravessa todo o estado, e em cada canto da nossa terra tem uma peculiaridade que anima a folia carnavalesca. São muitas as formas de fazer folia, das máscaras e fantasias que representam o charme dos bailes aos bonecos gigantes, dos papangus aos bumba-meu-boi, das orquestras de frevo as batucadas, e no meio a tudo isso, tem muita gente que sorrir voluntariamente em tempos de folia.

Em Recife temos, talvez, o mais charmoso sentimento do que representa toda essa figuração do carnaval, todas as formas de expressão estão presentes nas várias atividades da cidade. Em cada rua, nos pontos históricos, dos mais velhos aos mais jovens, todos vivem com entusiamo o carnaval, e passeiam na irmã Olinda desfrutando de toda e bela tradição de subir e descer as ladeiras atrás de muitos blocos que animam os dias de folia.

O encanto dos bonecos gigantes atrai a atenção de todos que os vêm, chamam para a festa cada pessoa que se depara com eles, são soberanos nas ruas, seja em Recife, seja em Olinda, são eles que determinam o ritmo, e porque não, representam o tamanho da festa que esperamos todos os anos com o mesmo entusiamo.

Mas parece que essa soberania está ameaçada. Uma nova geração de bonecos está querendo mudar o ritmo da festa, as cores fortes das ruas, e reprimir a folia. São os bonecos do coronel.

Quem imaginaria que, se fosse em Recife, o homem da meia noite teria que sair mais cedo para dar tempo cumprir o seu destino. Pois é, esses novos bonecos querem ditar novas regras a folia, bonecos, como o Geraldo, principal criação, até o momento, do Coronel Eduardo. Um boneco criado para imprimir no meio do povo uma marca típica de bonecos, uma marca sem espontaneidade, sim, porque por mais vida que tenham os bonecos, sempre fazem o que os seus condutores ordenam.

Os bonecos são criações que reproduzem o que os seus criadores mandam, e os bonecos do coronel Eduardo estão reproduzindo a ordem de estabelecer a morte do carnaval.

O Geraldo é um boneco que representa um burocrata, tecnocrata, uma figura arrogante e prepotente, um sujeito que nem sabe o que é carnaval, ainda que seja mais um boneco, é do tipo que anda sempre de roupa alinhada e, no máximo, enfeitava camarotes de bailes elitizados onde o artista, necessariamente, era alguém, que pouco importava o nome, mas que estava em um palco, animando o circo para os senhores e senhoras aos quais o Geraldo representa.

O Geraldo não foi criado com o sentimento do carnaval, onde os principais artistas são o próprio povo, onde o camarote é a calçada de casa, onde o sentimento mais presente na folia é o sentimento de liberdade. O Geraldo foi criado para fazer do carnaval “multicultural”, mais um negócio lucrativo para o Coronel, e sem sensibilidade popular, na hora que ameaçar os lucros, será encerrado.

Pois bem, o povo do Recife foi enganado. Deixaram pendurar o boneco Geraldo no principal posto público da cidade, acreditando nas mentiras e na farsa do coronel, mas hoje sentem os efeitos da escolha, e observam ele querendo mudar tão drasticamente o rumo da nossa história. Esse boneco que tudo fez, na verdade apenas está começando a sua missão, a de substituir gente por sistemas, emoção por números, coletivo por individual, festa popular por festa privada. Foi Geraldo quem fez o começo do fim do carnaval de Recife.

Dizem que na casa grande onde se produz os bonecos do coronel, a produção está a todo vapor, e de onde saiu Geraldo muitos outros podem vir, disfarçados de gente, mas programados para acabar com qualquer reunião de pessoas, no carnaval ou nas lutas populares.

É, estão querendo que a gente mude o roteiro das canções, tão belas, que nos conduzem (ou conduziam) do sábado de Zé Pereira até a quarta-feira ingrata. Ao que parece o carnaval não começará no Galo da Madrugada, pois o Galo só poderá cantar quando o dia amanhecer, ele foi “impedido” de cantar mais cedo, como habitualmente há tantos anos. Também não vamos mais sair pelo Recife Antigo madrugada a fora “foliando” até chegar a hora de ir subir as ladeiras, não poderemos mais ver o sol abraçar Recife indicando que é hora de seguir para Olinda.

Estamos sendo impedidos de viver a nossa liberdade. E no lugar dos blocos que nos arrastam embriagados pela alegria do carnaval, teremos o bloco que nos obriga a estar sóbrios celebrando a sua morte. Aos invés dos metais das orquestras, as sirenes do toque de recolher. No lugar dos batuques do maracatu, os coturnos dos soldados. Ao invés das sombrinhas dos passistas coloridas pela alegria, os cassetetes portadores da tristeza.

Da casa grande do coronel, só sai contradição: Produz bonecos e vende fantasia, mas não nos deixa curtir a festa.

Pelo visto querem nos enviar por um caminho inverso ao que lutamos tanto para alcançar, quando derrubamos os porões da ditadura militar para ocupar definitivamente as ruas. Estamos sendo forçados a deixar as ruas, e porque não, sendo obrigados e viver nas senzalas da casa grande.

Mais uma vez, nos resta resistir, afinal, o que mais se houve na criação dos bonecos do coronel Eduardo, é que somos madeira de lei que cupim não rói. E haveremos de cantar por muitos e muitos anos, ainda que nos reprimam, queiram ou não queiram os juízes, pois o nosso bloco é de fato o campeão.


[…] É lindo ver ver o dia amanhecer,
ouvir ao longe pastorinhas mil,
dizendo bem, que o Recife tem,
o carnaval melhor do meu Brasil.”

Bloco da Saudade