Qual será o desfecho da greve da UAST-UFRPE?

Em greve há dez dias, os docentes da UAST/UFRPE decidirão nesta segunda, 02/06, se continuarão parados ou se retomarão as atividades após a assembleia que realizarão para discutir o futuro do movimento grevista.

A pauta construída em 2012, além de extensa, é generalista e confusa, principalmente por não direcionar as cobranças para quem de fato poderá resolvê-las. Se refletirmos com a devida atenção, veremos que muitas das reivindicações poderiam vir sendo tratadas, com mobilização da comunidade acadêmica, no âmbito local. Da mesma forma, outras tantas devem ser direcionadas a reitoria, bem como, algumas são de responsabilidade dos governos federal e municipal.

Ao construir uma pauta generalista, o movimento corre o risco de não obter conquistas concretas, haja vista que cobranças endereçadas às pessoas ou órgãos errados, certamente nunca serão sanadas. Por exemplo: cobrar melhoria do transporte público à gestão da universidade é, no mínimo, ingenuidade. Por mais que exista vontade da reitoria da UFRPE, esse tipo de pauta é inerente aos poderes municipais.

Para que o movimento obtenha êxito, é fundamental que a pauta seja atualizada e feita sem generalismo. Para tanto, é necessário dividir a pauta em três blocos: 1) As demandas correspondentes a gestão local; 2) As demandas sob responsabilidade da reitoria; 3) As reivindicações que só poderão ser atendidas por outros órgãos governamentais, sejam eles municipais, estaduais ou federais.

Fazendo essa adequação, a pauta ganhará mais consistência, sendo direcionada as autoridades competentes para as devidas resoluções. Se os grevistas quiserem obter sucesso, precisam, com urgência, construir uma estratégia que atinja todos os responsáveis, do contrário, sairão pior do que entraram, sem conquistas e sem rumo.