Quando os Estudantes não foram convidados pra festa

Foto Ilustrativa - retirada do Portal NE 10
O corporativismo de muitas categorias contribui para enfraquecer a luta por novas conquistas e mais direitos. Evidentemente, nem todos que pertencem a um segmento, aderem ao corporativismo.

No entanto, é comum vermos nas universidades os três segmentos organizados seguirem cada um por um caminho, vez ou outra convergindo, outras tantas, sem darem atenção aos demais. Não tenho dúvidas que os estudantes e os técnicos são os mais solidários, e infelizmente, a maioria dos docentes os mais corporativistas.

Logo no início da greve da UAST/UFRPE, comentei sobre a motivação dos sindicatos em realizar uma greve em Serra Talhada (veja aqui), em seguida, escrevi um novo comentário sobre a chegada do DCE e a deflagração da greve estudantil (veja aqui), recebi algumas críticas, mas insisti em debater a greve.

O fato é que os estudantes que se mostraram extremamente solidários ao aderir a greve dos docentes, sofreram um revés na assembleia dos professores realizada nessa terça-feira, 03 de junho. Parece mesmo que estudante só serve para fazer número, pelo menos na visão da maioria dos docentes da UAST/UFRPE.

Numa tentativa de reorganizar o movimento estudantil da UAST, vários estudantes se reuniram na última semana e realizaram uma assembleia que decidiu por fazer uma greve estudantil. Porém, os docentes decidiram que retomarão as aulas no próximo dia 9 de junho, independente da greve dos estudantes. Ou seja, os estudantes já cumpriram o seu papel: lotar a assembleia do dia 20 de maio para demonstrar força do movimento dos professores.

Depois de uma atitude mesquinha que desagrega o movimento, fica uma pergunta que deve ser respondida pelos docentes que usam a massa estudantil apenas para fazer número: Para que mesmo serviu a greve? Quais conquistas foram alcançadas?

A atitude dos docentes que agiram contra a luta dos estudantes deve ser lembrada, afinal, uma nova greve poderá ser deflagrada entre os dias 10 e 12 de junho, desta vez, precisarão de mais estudantes reunidos, pois o movimento é nacional e querem aparecer bem na foto.

Aliás, segundo noticiou o G1, a UFRPE tem um corpo docente de cerca de 1200 professores, sendo aproximadamente 700 associados à ADUFERPE. No entanto, apenas 192, segundo a própria entidade representativa, participaram das assembleias realizadas nos três campi. Minha última inquietação: Quem não consegue mobilizar nem mesmo a sua categoria, pode ignorar a força das demais?

Na minha humilde opinião, é uma representatividade bastante questionável.